terça-feira, 15 de março de 2011

Água vital, poesia.


Um pensamento surge bem devagar toma corpo em meu corpo, permeia minha mente, mexe com meus sentidos transforma o momento comum em rara beleza.  Apenas uma palavra dita por mim, ou mesmo por outro para que esse fato singular aconteça. E um mundo se abre à minha frente.

Avenidas movimentadas, girassóis nos campos, uma mulher, uma criança, um pássaro, um funeral. Os que por mim passam percebem uma mudança no olhar. Vago diriam alguns, sonhador diriam outros.
E há os exagerados, que afirmam ser um olhar demente.

Eu mesma não sinto assim. Nem vago, nem sonhador, nem demente. Somente o olhar de quem se sabe pleno, inteiro.  Eu um vivente das palavras que mal rompe a manhã saio a colhê-las nas ruas, nos bares, nos escritórios, nas feiras.
Em todo o canto, ouço seu canto. São azuis, negras, vermelhas.
De amor ou de ódio. De prosa e de verso.
Palavra poética, água vital.