sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O tempo foi passando...


Conta-se que certa vez, duas crianças brincavam de quase tudo: de super herói, policia e ladrão, de serem adultos. Tudo aquilo em um cenário improvisado no quintal daquela casa amarela. Pegavam as roupas de seus pais, acessórios e tudo mais que se viam pela frente. O tempo foi passando, as crianças foram se cansando das brincadeiras e pegaram no sono. Os anos se passaram as duas crianças cresceram e se deram conta de que perderam aquela inocência de criança. Foi então que eles decidiram que tinham que mudar aquilo. Saíram para brincar novamente. Ergueram um lençol bem alto no varal, convidaram os amigos e prepararam tudo para uma grande festa. Estava tudo tão colorido cheio de vida, eis que surge de trás daquele lençol dois adultos vestidos como crianças. Pulando, fazendo traquinagens.  Eles estavam brincando novamente, mais dessa vez não era de super herói, policia e ladrão e muito menos de ser adultos e sim brincando de ser criança.


Rafael Milbio - participante da Oficina "Literatura e Palco" na escola: Teatro-Escola Mario Pérsico.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Eterno Retorno

Quero, antes de tudo, o espaço externo. Produto das minhas idas e vindas, do meu muito caminhar, das minhas fugidias paragens junto ao bosque, entre campânulas, avencas, samambaias, onde meu corpo deitado mistura-se a relva úmida e, por uns instantes, tudo é pleno. Dos meus finais de tarde em meio ao movimento caótico do trânsito e do frenesi que isso provoca; da rapidez com que os dias terminam e a pendência dos compromissos são arrastados noite adentro.  Infinito renovar-se. Eterno retorno.


Da emoção dos encontros e dos desencontros; do não e do sim dito à queima roupa. Do olhar malicioso, do corpo tocado nas tardes de puro ócio e do riso maroto dessa ousadia. Um viver e deixar-se viver, e tantos outros pequenos detalhes do dia a dia, sabedora que é preciso coragem para viver como se quer.