segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

da série: Tenho um amigo que disse que eu:

                                    

Diferentemente de muita gente que ele conhece não tenho por hábito programar, planejar, estabelecer metas, aliás, característica de todo ser humano sensato. E, é justamente isso que ele não compreende: — essa minha mania em querer ser diferente. Fiquei pasma com a observação. Primeiro, porque creio que ela é totalmente equivocada. Diferente do quê? De quem? Segundo, porque tenho lá sim minhas manias. Quem não tem? E terceiro: — Sensata. Planejo, estabeleço, impossível viver ao Deus dará, creio eu.

Já um outro amigo, não por solidariedade, mas por compreensão mesmo disse que entendeu perfeitamente à colocação do amigo incomum. E completou: — é esse teu jeito tranqüilo de ser que deixa essa impressão na gente. Novamente fiquei pasma. Primeiro, porque creio que ela é totalmente equivocada. Tranqüilo com o quê? Com quem? Segundo, o que tem a ver ser tranqüilo, não que eu não seja, com o fato do sujeito ter atitudes necessárias para o bem viver. E terceiro: — tranqüilidade e sensatez andam de mãos dadas, creio eu.

Já um outro amigo, conhecedor profundo da minha leveza frente à resolução das coisas , e com seu jeito poético de ser argumentou:— coisas de gente que mistura movimento e repouso; barulho e silêncio; amor e sexo; alegria e tristeza; vida e morte. Busca disciplina, métodos, faz planos, projetos... Sonha. E, vorazmente dedica-se a eles até a sua concretude, e depois busca outro... e outro... e outro, infinitamente.
Dessa vez não fiquei pasma.

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