É
de não acreditar mesmo, mas ao mesmo tempo é muito comum. Acontece com
todas as pessoas, todos os dias, para
não dizer todo instante. A umas mais, outras menos. Mas ninguém reclama também
reclamar a quem. De Paris a Bom Jesus de Pirapora não há escape. Criança,
jovem, velho, rico, pobre. A justiça existe. E a distribuição pode não ser igual,
mas pelo menos todos experimentam. Basta estar vivo. É o imprevisto, a
surpresa, o inesperado. Eu estava hiper ansiosa, finalmente a editora tinha um
parecer. Já era alguma coisa, muita coisa, isso depois de trozentos e-mails,
intermediações, depois de muito quazquazquaz, revisões, anotações etc.etc.etc. Levantei
afobadíssima, um clic e pronto. Pronto nada. O trabalho de anos, anos, e anos,
e que num pau do computador, perdeu-se. Não deu pra recuperar foram as palavras
do técnico, e, assim tranquilamente: — aquela pasta que a senhora falou: já era.
A
senhora num custuma fazer backup? Por que será que as pessoas escolhem o pior
momento com perguntinhas. Pois é, respondi pausadamente e completei com a maior
delicadeza: — Sempre deixo pra depois, isso aqui também não é uma empresa não
é? Arrematei. Ele não deixou por menos, mas é sempre bom e canja e caldo de galinha
não faz mal a ninguém. Ai maldito ditado popular, tão certo. A saída foi levar
o original, única cópia, 318 páginas. Levei. Qual era a minha sina aquele dia?
Naquele dia eu dei mole pro azar ou o nome que se queira dar a isso tudo:
mandinga, urucubaca, carma, catiça de Maria negrinha, praga de parteira, coisa
do tinhoso. Por que não há outra explicação “pru sucedidu” como diz o caboclo. Ao
virar a esquina aquele pacote caiu com tudo na única poça d’água da rua. Choveu
só ali pelo jeito.Quem colocou essa poça
aqui, gritei. Já em quase delírio. Quase?
Qual
o mistério em tudo isso? O que está por trás? Nada, nadica. Só o viver. Será? Tenho
um amigo que diz que é a dinâmica da gente. E que é só perceber qual é a
sua e daí eliminar essa repetição de
coisas que acontece na nossa vida. Fácil assim di-nâ-mi-ca. Minha vontade era
meter-lhe um soco. Mas me contive. Afinal, eu que lhe contei toda a história
dias depois. Há também os psicólogos de plantão para dizer: — coisa da infância
ou algo não resolvido na sua sexualidade e que gera essas situações de autossabotagem.
Sabotagem? Cada uma. Há também a turma da espiritualidade. Uma amiga,quando lhe
contei disse: que talvez eu não me ache merecedora de viver situações alegres.
Caramba! Mais essa agora. Então eu gosto de sofrer? Meus amigos! Sei não. É porque gosto muito
deles. Mas não se salva um. Ô cambada de malucos. No fundo, no fundo eu sempre
soube que de Paris a Bom Jesus de Pirapora... Pobres, ricos, jovens... Acontece
com todos, todos os dias... Esse mistério do viver que nos traz o bom e o ruim...
E que tanto um como outro passam. Só não acho justo. Tenho uma amiga que falou
que justiça...
2 comentários:
Sensacional Sueli,uma beleza de criação para os azares da vida.Eu tenho amigo(rsrs)que afirma que quando não se tem sorte o urubu de cima faz titica no debaixo,kkkk.
Mas, confesso que assino, que de Paris a Bom Jesus de Pirapora as coisas se sucedem tão igualmente.
Parabens minha amiga.
Meu terno abraço.
Bjo.
Obrigada querido Toninhobira.
Essa do urubu é muito boa sim,:o) quando meus filhos eram pequenos eu falava e eles riam tanto , tanto.
É a vida é assim mesmo né.
gratíssima pelo carinho.
bjus
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