Carta enviada ao SATED -SP. Sábado, 29 de agosto de 2010.
AO
SATED -SP
ATT: Diretoria,
Acredito no sindicato e na força e poder político que ele tem em prol da classe por ele representada. E também defendo a regularização da profissão, pois só vejo vantagens e benefícios nela. Mas também acredito nas soluções negociadas. No ocorrido em relação ao festival de teatro de Sorocaba, havia uma negociação sendo mediada entre nossa representação local e um membro da diretoria da ATS sobre a questão da regularização dos participantes e embora com objeções estava caminhando a contento. Com a intervenção do SATED-SP as coisas acabaram tomando o rumo que tomou e o conseqüente cancelamento do festival pela prefeitura.
Eu contava poder participar do Festival com o espetáculo O Ébrio e já estava com tudo pronto, faltando apenas duas Autorizações de Trabalho já em andamento. Foi frustrante não realizar essa apresentação. Sobretudo ouvir as opiniões da Ângela Barros (jurada e amiga antiga) Penso que nossa intervenção deva ser sempre fomentadora. Isso me faz lembrar Cacilda Becker como presidente do Sindicato dos Artistas abrindo teatros fechados pela policia militar, ou Lélia Abramo sempre mais à esquerda e usando essa força política em prol da classe. Como disse no discurso de posse na Câmara de Sorocaba em março. Acredito, repito na profissionalização e nos benefícios que ela engloba. Mas se a classe não quer, fazer o que? Paciência. Não vou impor a profissionalização à fórceps, ou como dizia Figueiredo: Vou fazer a democracia, nem que para isso eu tenha que prender e arrebentar” Conheci pessoas muito boas e muito bem intencionadas nessa curta aventura sindical. Berta Zemmel, que prazer ouvi-la e só nela já vão mais de 50 anos de teatro.Celso Curi, que maravilha foi revê-lo no sindicato. E embora agindo com amparo da lei se estabeleceu aqui nesse episódio o mesmo conflito que Sófocles tão bem expõe em Antígone. Há uma lei que foi descumprida por Antígone, mas até que ponto essa lei é justa. A tragédia Antígone discute o conflito entre o Direito Natural – o Direito considerado pelos antigos como sendo de origem divina e aceito ipso facto como costumeiro – e o Direito que toma forma jurídica nas leis estabelecidas pelo governante, tradicionalmente denominado Direito Positivo. Houve nessa questão do festival o mesmo conflito entre Direito Positivo – a lei e o direito natural de se realizar o festival. Penso que dentro do Sindicato eu poderia fazer mais pela cidade, como foi minha participação na comissão do Proac deste ano, que findou com 4 espetáculos de Sorocaba e talvez ano que vem isso pudesse ser ainda maior. Quiçá dobrar esse número, porque não? Enfim, acabou. Acredito que talvez isso possa servir para o próprio SATED como auto critica afim de rever alguns procedimentos operacionais mais rígidos e até que ponto eles trazem benefícios ou prejuízo a própria imagem do Sindicato.
Mario Persico- é autor, ator e diretor, e há seis anos coordena o Núcleo de Artes Cênicas da Fundec - Fundação de Desenvolvimento Cultural de Sorocaba, onde também atua como professor desde 2001
3 comentários:
Obrigada, Augusto César.
Vou seguir sim,claro. Um prazer!
abs
Querida,
estou seguindo o blog, parabéns, e o descobri através da revista Imaginário Poético." Estou indicando na minha lista blogs.
Gostaria de convidá-la para visitar o refúgio deste jovem que lhe escreve:
Psico Poético - www.xandybritto.blogspot.com
Com carinho,
XB
Olá Xandy Britto, obrigada pelo carinho.
Vou visitar, sim e ,claro, segui-lo com o maior prazer.
forte abraço
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