sábado, 4 de dezembro de 2010

Talvez seja, e daí?


À medida que caminhava percebeu que seria impossível levar toda aquela bagagem. Distante do embarque e sem ninguém para ajudá-la tomou rapidamente uma decisão. Era uma pessoa de movimentos rápidos, porém de imensa serenidade na execução deles. O que lhe conferira imensa graciosidade.
Assim, soltou no chão o baú maior, a bolsa foi escorregando naturalmente sem que precisasse fazer o mínimo esforço. Sentou-se totalmente à vontade na esperança que um táxi, ou  uns momentos de descanso fossem suficientes para continuar a trajetória.
E, passados alguns minutos uma impaciência, coisa rara em sua vida, começou a tomar conta de sua mente. A sensação era péssima. Procurou na bolsa os óculos e não achou. Só pra ajudar  tinha esquecido.
E do que ia adiantar, agora, estar com eles. Por acaso estou cega, conjecturou? Ou será que pretendo aqui no meio do nada ler? Era só o que faltava. Diabos, por que é que na pior das situações me vem esses pensamentos: ler, colocar óculos, comer chocolate, vai ver é assim com todo mundo. Talvez seja. E daí? O que isso ajuda?
Nossa já é noite. Agora sim vou precisar dos malditos óculos.

2 comentários:

Toninho disse...

Pois é Talvez seja assim mesmo Sueli. A necessidade cria o valor que cada coisa tem.Gostei desta personagem que bem pode ser uma autobiografia,rsrs.Muito bom mesmo, naveguei pelos seus caminhos e pude notar uma pessoa dinamica e de muita cultura.Parabens vou seguindo por aqui.Meu abraço de paz,beijo de luz.Que nossas tralhas nao sejam tão pesadas e que na hora de partir possamos sorrir e nos despoja de tudo que nao valha nada.Muito bom refletir com voce.Paz.

sueli aduan disse...

Lindo comentário Toninhobira, obrigadíssima, adorei. E muito bom refletir com vc tb, muita Paz.
abs