Era só uma porta, fechada. Não fosse o esquecimento do número, exatidão de mundo a mim distante, e uma pequena movimentação nos corredores eu diria que minha figura ali era no mínimo risível.
A angústia que seguiu à abertura da porta, ainda que rápida, povoaram minha mente de recordações da infância, e eu relembrei meu pai sempre sentado em muros, muretas, corredores; minha mãe sempre a gritar com o cachorro que, porta aberta, adentrava em busca de um afago, um carinho.
Sempre as portas. Sempre essa busca. Seres frágeis que somos, sedentos de beijos úmidos, palavra/poesia, sussurros noite adentro.
Esse insólito do viver.
2 comentários:
Nossa.........profundo,lindo...nada além de insolito aconteceres!!!
Sim, Marinês.... nada além.
grata, querida.
abração
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