domingo, 27 de novembro de 2011

Insólito aconteceres

Era só uma porta, fechada. Não fosse o esquecimento do número,  exatidão de mundo  a mim distante,  e uma pequena movimentação nos corredores eu diria que minha figura ali era no mínimo risível.

A angústia que seguiu à abertura da porta, ainda que rápida, povoaram minha mente de recordações da infância, e eu relembrei meu pai sempre sentado em muros, muretas, corredores; minha mãe sempre a gritar com o cachorro que, porta aberta, adentrava em busca de um afago, um carinho.

Sempre as portas. Sempre essa busca. Seres frágeis que somos, sedentos de beijos úmidos, palavra/poesia, sussurros noite adentro.
Esse insólito do viver.

2 comentários:

Marinês disse...

Nossa.........profundo,lindo...nada além de insolito aconteceres!!!

sueli aduan disse...

Sim, Marinês.... nada além.

grata, querida.

abração