Ando nas ruas como se
estivesse no ar, pisando nas nuvens. Não é aquele meu amigo que já comentei,
aqui, várias vezes não. Ainda que ele também tenha falado algo semelhante, mas
de lá pra cá mudei muito. Aliás, a gente muda com o tempo, ou melhor, a cada
momento, a todo instante. Digo no voo do instante. Não que isso seja problema,
creio eu. E também nada a ver com ser volúvel, inconstante, não ter opinião
formada e por aí. E tenho um amigo, ou melhor, nunca nos conhecemos
pessoalmente, mas eu o admiro tanto que, ouso chamá-lo de amigo, nas minhas
noites de insônia são suas músicas que me tocam profundamente: — “eu
prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada
sobre todas as coisas.”
Já outro amigo disse
que não é nada disso — é que minha maneira de andar está envolta em um grande
mistério e que isso fica impregnado no caminho por ando passo. Nossa que susto.
Nunca pensei que o simples ato de andar pudesse provocar tanto. Mas provoca. E
a bem da verdade, seja lá o que isso quer dizer, não concordo com esse amigo
não, pois todos estamos envoltos em um grande mistério. Não só eu.
É que cada pessoa tem seu jeito singular de caminhar. Uns mais rápidos apressados com seus infindáveis compromissos e envolvidos com o intenso movimento da cidade; outros com seu caminhar lento, compassado, feito eu, absortos com a paisagem com a beleza do movimento ou matutando algum pensamento, relembrando momentos. E não é que nesse exato momento chegou meu velho e bom amigo que, todo prosa, foi logo dizendo: — caminho e caminhante o que importa mesmo e enxergar além do que se vê. Eu ri aquele meu rizinho que começa no cantinho... Você,caro leitor, por certo sabe. Esse mesmo.
É que cada pessoa tem seu jeito singular de caminhar. Uns mais rápidos apressados com seus infindáveis compromissos e envolvidos com o intenso movimento da cidade; outros com seu caminhar lento, compassado, feito eu, absortos com a paisagem com a beleza do movimento ou matutando algum pensamento, relembrando momentos. E não é que nesse exato momento chegou meu velho e bom amigo que, todo prosa, foi logo dizendo: — caminho e caminhante o que importa mesmo e enxergar além do que se vê. Eu ri aquele meu rizinho que começa no cantinho... Você,caro leitor, por certo sabe. Esse mesmo.
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