Ninguém
nasce mulher: torna-se.
Nenhum
destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume
no seio da sociedade; é o conjunto da sociedade que elabora esse produto
intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino.Somente a
mediação de outrem pode construir um indivíduo como um outro.
Simone
de Beauvoir
Opressão
do gênero, Opressão de Classe
Apesar
das conquistas alcançadas, há muito a ser feito.
Sueli Aduan
A linguagem, como sabemos,
tem papel fundamental na constituição das coisas. E quando o assunto é
“sexual”, então, há diferenças marcantes na construção de como as coisas são
escritas, ditas. “Cria-se assim, por conta dessa mesma linguagem: “um tipo de
mulher” e, muito provavelmente, “um tipo de homem”, e como consequência, o
preconceito”.
A partir daí, a defesa de
papéis e de como devem viver homens e mulheres é uma questão também de poder.
Para a mulher, ainda que muito tenha se conquistado, cria-se o lugar privado
(lar/segurança/família); e para o homem, com sua total independência, a rua, a
liberdade, o público.
O que traz uma situação de
mando, domínio, autonomia para ele; e total dependência, submissão para ela.
Criam-se dicotomias: a mulher ideal (centrada na vida do marido, da casa, dos
filhos) e todas as outras (libertinas devassas). Esse equívoco na defesa dos papéis seja pela
sociedade como um todo ou por pequenas minorias, produz o macho com a
prerrogativa do intelecto e a fêmea fechada em si, no próprio corpo que a
define como mulher.
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