terça-feira, 16 de junho de 2009

Pequeno Poema Didático

O tempo é indivisível.
Diz: qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas, mas fica a árvore, contra o vento incerto e vário.
A vida é indivisível.
Mesmo a que se julga mais dispersa e pertence a um eterno diálogo, a mais inconseqüente conversa.
Todos os poemas são um mesmo poema,
todos os porres são o mesmo porre.
Não é de uma vez que se morre... todas as horas são extremas!

Mário Quintana (1906 - 1994) nasceu em Alegrete - RS.
Pertencente à segunda geração do Modernismo, é chamado de poeta das coisas simples, despreocupado com a crítica. Em suas poesias percebe-se bom-humor e coloquialismo.

5 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Também me pergunto a função de um calendàrio!

Muito Obrigada pelo comentàrio em meu blog.

sueli aduan disse...

muito legal seu blog!!! abs

Fred Matos disse...

Engraçado que chamem Quintana de "poeta das coisas simples", tamanha a profundidade de alguns dos seus poemas. Mas, talvez, seja por isso mesmo: porque são simples as coisas mais profundas da natureza humana.
Beijos

sueli aduan disse...

sim Fred, "como é difícil ser simples.
Borges falava:
que na juventude escrevia com palavras "sofisticadas,textos longos",foi preciso a maturidade pra perceber que eram desnecessários, e, Lispector taambém fla dessa simplicidade presente na escrita. Coisas dos grandes.