O tempo é indivisível.
Diz: qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas, mas fica a árvore, contra o vento incerto e vário.
A vida é indivisível.
Mesmo a que se julga mais dispersa e pertence a um eterno diálogo, a mais inconseqüente conversa.
Todos os poemas são um mesmo poema,
todos os porres são o mesmo porre.
Não é de uma vez que se morre... todas as horas são extremas!
Mário Quintana (1906 - 1994) nasceu em Alegrete - RS.
Pertencente à segunda geração do Modernismo, é chamado de poeta das coisas simples, despreocupado com a crítica. Em suas poesias percebe-se bom-humor e coloquialismo.
5 comentários:
Também me pergunto a função de um calendàrio!
Muito Obrigada pelo comentàrio em meu blog.
muito legal seu blog!!! abs
Engraçado que chamem Quintana de "poeta das coisas simples", tamanha a profundidade de alguns dos seus poemas. Mas, talvez, seja por isso mesmo: porque são simples as coisas mais profundas da natureza humana.
Beijos
sim Fred, "como é difícil ser simples.
Borges falava:
que na juventude escrevia com palavras "sofisticadas,textos longos",foi preciso a maturidade pra perceber que eram desnecessários, e, Lispector taambém fla dessa simplicidade presente na escrita. Coisas dos grandes.
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