....“Eras para mim a mais maternal das mulheres,
eras um amigo como são os homens,
eras, a te olhar, mulher realmente,
mas também, muitas vezes, criança.
mas também, muitas vezes, criança.
Eras o que conheci de mais terno
e mais duro com que tenho lutado.
Eras a altura que me abençoou –
te fizeste abismo e naufraguei.”
Trecho do Poema de Rilke para Lou Andréas Salomé
Rubem Alves responde sobre o amor
L:Aprender a viver junto é aprender, primeiro, a viver só?
Rubem Alves – As pessoas que não sabem viver sozinhas estão o tempo todo mendigando aprovação das outras. É preciso aprender a viver só, aprender a fazer silêncio, para poder conviver com o outro, porque dentro de cada um mora uma grande solidão. Há um lugar dentro da gente que ninguém vai, somente nós.
L:O poeta Drummond diz que “amor com amor não se paga”, o que pode ser traduzido também pelo verso da música “Amor e Sexo” da Rita Lee: “Amor é um, sexo é dois.” Amar é solitário?
Rubem Alves – O poema do Drummond diz que todas as coisas do amor são gratuitas, você não paga nada. O caso é o seguinte: quando estou amando, posso amar sem ser amado. O amor pode ser solitário. O amor pode ser um ou pode ser dois. O amor que é apenas um é triste, pois não tem correspondência. A felicidade vem exatamente quando você tem os dois. Aí sexo fica sendo coisa de dois, porque é coisa do amor.
"Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?.."
Carlos Drummond de Andrade
2 comentários:
Concordo em genero, numero e grau.... como eu costumo dizer, "Eu te amo e daí? Se o amor é meu e não seu, o que vc tem a ver com isso" rs.....
Certíssima!!!ká.
bjus
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