Essa clareza que me chega, lentamente, chega com a noite à lua já alta, traz consigo o cheiro da terra molhada, de flores minúsculas, de ervas do campo, de girassóis distantes, de sons e silêncios.
Mostra-me a vida que palpita no mundo e também no coração dos homens. Um saber que alegra meu corpo toca no profundo de mim, e diz, que não é preciso sorrir o sorriso falso, alardear aventuras inexistentes, e ser o que não se é.
Essa clareza, senhora de si, tem no viver reminiscências das conversas que o dia ouve e produz, dos livros lidos no cansaço dos olhos, das palavras soltas gravadas na memória, e a indiferença aos que sonham sonhos alheios.
Porque sabe que é preciso a busca, seja de uma paisagem, de uma flor, de uma idéia, de um homem ou de uma mulher.
Essa luz, esse saber, fez morada no meu peito, dorme e se levanta comigo e, feito o poeta, me diz bem baixinho:
“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim como em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.”
poesia: Ricardo Reis- heterônimo de Fernando Pessoa
texto sueliaduan
4 comentários:
Belo! Parabéns!
Obrigada,querida.
Como sabe,Marinês,estou sempre buscando..uma aprendiz.
beijo
Acho que o mais difícil é ser o que realmente se é... mesmo porque na grande maioria das vezes não sabemos o que somos...rs eu não sei ...
bjão
Talvez essa seja a nossa grande busca:- "descobrir", mas para isso,como disse o poeta :-
"Nada Teu exagera ou exclui".
ser verdadeiro...rs coisa pouca,né?
beijo
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