quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O desejo de liberdade


Representar é um ato natural

Sempre gostei de participar do teatro amador. Por anos, no Teatro Estudantil, no Teatro do Sesi, no Teatro Universitário, depois em muitos outros momentos. Artista amador é um direito. Artista profissional é um direito. Particularmente prefiro ser do teatro amador. O que houve, e todos percebemos, foi um abuso de poder. Comentei isso em outra situação: lutamos tanto para acabar com a ditadura e trazermos o diálogo de volta e o que vemos é opressão. Há direitos inalienáveis do ser humano: o direito de ser e de existir; o de desempenhar, com liberdade, os próprios papéis; o livre arbítrio. Lei que destrói, ninguém precisa dela.Representar é um ato natural e, por isso, um dos mais completos. O teatro engloba todas as artes. Como profissionalizar o sonho? Como profissionalizar a liberdade? Como profissionalizar a arte? Dinheiro? Pra quê? Pra quem? "Liberdade, liberdade, abre as asa sobre nós".
Sonhos não são vendidos no mercado. Representar é um ato de vida. Direitos: ser amador ou ser profissional. Escolha de cada artista.

Saudações culturais.
Myrna Ely Atalla Senise da Silva

ACADEMIA SOROCABANA DE LETRAS  Cadeira nº- 3 -Patrono: João Guimarães Rosa
Acadêmica- Myrna Ely Atalla Senise da Silva

2 comentários:

Anônimo disse...

Interessante isso... A naioria dos artistas querem viver a vida fazendo aquilo que gostam. Mas para isso precisam ganhar dinheiro, pois fazer sua arte apenas, sem um trabalho por fora, não se torna viável à sua sobrevivência. Então se profissionalizam, como dizemos. E, conforme a carta, isso meio que destrói a espontaneidade, a origem, a inocência, a pureza da arte que fazem. Há certa verdade nisso. Pois, a partir do momento que oa astistas decidem sobreviver de sua arte, eles vão tornando a coisa mais "arrastada". Há exceções. Mas estas, creio, sejam aqueles que já se consagraram no meio. Machado nunca quis trabalhar com sua arte (que literatura para mim é arte também) exatamente porque cria que perderia sua essência, sua pureza, e não escreveria tão genuinamente bem se assim o fizesse. Então parece que a arte descompromissada, como também Kafka o fazia, produz melhores frutos do que a que se faz como um dever ou necessidade de sobrevivência, já que a necessidade de fazê-la, essa sim é essencial ao verdadeiro artista.
Abraço,

sueli aduan disse...

É, O "fazer artísitico" e toda a complexidade que o envolve.
Gostei!
abraços