Deveria é ser mais grata na vida e estar muito das contentes, qualquer mulher no meu lugar estaria. Bem, pensei com meus botões: — primeiro eu não sou qualquer mulher e segundo, que estória é essa de ser grata. Grata eu fico quando alguém me faz uma gentileza, mas isso pelo amor de Deus.
Já um outro amigo, que acabava de chegar, foi logo perguntando :— o que é esse “mais isso” ou seria “menos isso” ou eu quem escutou mal? Diante disso, eu só podia rir mesmo. E aquele meu rizinho, que começa no canto da boca, vai abrindo lentamente e preenche todo meu rosto. Ele, percebendo que por trás dessa alegria toda havia uma grande bronca, ficou todo curioso. Mas eu não estava pra prosa, não. E me calei.
Foi quando meu bom e velho amigo entrou, e conhecedor desse rizinho foi logo perguntando: — qual a indignação dessa vez, hein? Ah! Eu não podia ficar calada, não. Amigo, como esse é raro. A gente sente aquela vontade danada de se abrir, falar o que vai lá no fundo do coração. E, assim como quem conta uma estória, fui logo falando: — Ontem alguém que não conheço. Nunca vi. Não sabe de mim, nem eu dele, escreveu e pelo tipo era Arial 12. Que sou bonita e que me admira.
Não pude deixar de refletir, como diz o sambista, com uma baita duma reiva, — Me admira porque sou bonita? Falei isso olhando nos olhos do meu amigo, que nesse momento me olhava profundamente. Senti que para ele eu era belíssima, mas que jamais tinha me admirado por isso, ou melhor, só por isso.
4 comentários:
Oi Sueli,
"E este "só por isso" é tudo ...
beijos,
Cris
Apareça.
Oi Cris,
Perfeito, minha querida.
beijos,
Sú
Vou aparecer (Tempo :o)
Perfeito
Obrigada,Katia.
bjus
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