sábado, 30 de janeiro de 2010

"Ser o que sê é...


Essa clareza que me chega, lentamente, chega com a noite à lua já alta, traz consigo o cheiro da terra molhada, de flores minúsculas, de ervas do campo, de girassóis distantes, de sons e silêncios.
Mostra-me a vida que palpita no mundo e também no coração dos homens. Um saber que alegra meu corpo toca no profundo de mim, e diz, que não é preciso sorrir o sorriso falso, alardear aventuras inexistentes, e ser o que não se é.
Essa clareza, senhora de si, tem no viver reminiscências das conversas que o dia ouve e produz, dos livros lidos no cansaço dos olhos, das palavras soltas gravadas na memória, e a indiferença aos que sonham sonhos alheios.

Porque sabe que é preciso a busca, seja de uma paisagem, de uma flor, de uma idéia, de um homem ou de uma mulher.
Essa luz, esse saber, fez morada no meu peito, dorme e se levanta comigo e, feito o poeta, me diz bem baixinho:


“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim como em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.”

2 comentários:

Marinês disse...

Exatamente isso ...

ser quem somos...sem tirar ...nem colocar..Mas, não é tão fácil...


Lindo Sueli...

sueli aduan disse...

Sem dúvida Marinês,dificílimo, mas é uma questão de busca/vontade/erro/acerto/amor....
bjus, querida.