O mistério das coisas, o mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece ao menos para mostrar-nos que não é mistério?
Que sabe o rio disso?
Que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei eu disso?
E sempre que eu olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas, eu dou risada.
Eu dou risada como um regato sua fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das coisas é elas não terem sentido oculto nenhum.
É mais estranho do que todas as estranhezas, do que os sonhos de todos os poetas e o pensamento de todos os filósofos,
que as coisas sejam o que realmente parecem ser e não haja nada que compreender.
Sim, sim, heis, heis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos,
as coisas não tem significação, tem existência.
Fernando Pessoa
título no blog: sueliaduan
6 comentários:
Boa escolha de Fernando Pessoa!
abraço carinhoso!
Obrigada,Fernanda.
abs/bjus
[os mistérios desvendam-se na nossa busca, na nossa estrada do conhecimento... mas esse "poeta bandido", não deixou o caminho assinalado!] :)
um imenso abraço, Sueli
Leonardo B.
Perfeito,Leonardo! Só podia ser o Pessoa mesmo!
forte abraço!
Inacreditável, como registramos momentos que depois são retomados pela memória...
impressionante, mas, toda vez que eu leio essa linda escrita de Pessoa...me vem à mente...a interpretação da Niany...naquela apresentação nossa, lembra?
eu tento ler, mas, a impressão que tenho é que o tom da voz dela e toda aquela força transmitida da expressão dela terminam a leitura para mim...
ou, a completam...talvez!
É isso mesmo! Aquela apresentação foi lindíssima. A Niany é forte em cena, aliás, você também. Precisamos repetir a dose!!! O que acha? :o)
bjus
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