Ela anda em direção à praia. Seus passos são firmes e decididos. Não é bonita, nem feia. Um rosto daqueles que a gente vê e nem percebe.O corpo é magro em contraste com os seios fartos. As pernas são compirdas, os cabelos soltos. Ela anda em direção á praia... Os olhos, grandes e vazios,olham só para frente e guiam automaticamente os sesu passos.
Por que eu, Meu Deus?
Porque logo comigo?
As mãos crispadas apertam o papel, na testa, gota de suor dão um brilho saltado ao reflexo do sol. Ela chega a praia, atravessa a areia e atinge o mar. Olha em volta, ninguém. Joga o papel na água, leva as mãos à cabeça tentando prender o cabelo num gesto mecânico e sem própostio. Olha mais uma vez em volta e, sem qualquer hesitação mergulha em direção ao ignorado.
Fred Nabhan- poeta, e ex- integrante do grupo "O Tablado", é meu aluno na Oficina em Tatui. O texto é fruto de um exercício proposto em aula, releitura de "As bailarinas do Teatro São João" de Paulo Setúbal. Parabéns, Fred. ADOREI!!!! “O TABLADO” contribuiu para a formação de toda uma geração de atores, diretores, figurinistas, cenógrafos, iluminadores e músicos do teatro carioca.
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4 comentários:
na praia Su? Por isso que não te acho?
Agora vamos lá: o mais importante nessas caminhadas, vagabundagens, incursões e reconhecimento, é o que você nos dá na forma de recordações todos provenientes do mundo da fantasia. Extraordinário que você persegue tais quimeras.
só vc, Lailin. :o)
Viu que belo texto,esses meus alunos são "feríssimas"
Belo comentário, Lailin. Amei!!!!
Sim, adoru essas caminhadas... e o que me move, a literatura. O exercício da escrita, o encontro com o trabalho do outro, a riqueza disso e muito mais.
grata,
bjão
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