segunda-feira, 1 de novembro de 2010

da série: "Um pouquinho de Teoria Literária”



Estamos vestidos de alfabeto, não sabemos sequer nosso nome.
Murilo Mendes
“A linguagem é dimensão da existência. Em quase todos os pulsares do nosso pensar, revelam-se nomes e verbos. Nossos gestos têm rastros de signos. Ressoam em nós redes de símbolos. Nossos corpos são feitos também com palavras. Os medos, o desejos, as lutas e os amores raramente podem ser separados de nossas vozes. No entanto, como tem estado entre nós, neste século, a relação entre a linguagem e á vida?”. M.Mendes.

Creio que fazemos coisas com as palavras e, também que as palavras fazem coisas conosco
Jorge Larrosa Bondía

“As palavras determinam nosso pensamento porque não pensamos com pensamentos, mas com palavras, não pensamos a partir de uma suposta genialidade ou inteligência, mas a partir de nossas palavras. E pensar não é somente raciocinar ou calcular ou argumentar, como nos tem sido ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece. E isto, o sentido ou o sem- sentido, é algo que tem a ver com as palavras. E portanto, também tem a ver como as palavras o modo como nos colocamos diante de nós mesmos , diante dos outros e diante do mundo em que vivemos. E o modo como agimos em relação a tudo isso. Aristóteles definiu o homem como “zôon lógon échon”, a tradução dessa expressão , porém, é muito mais “vivente dotado de palavra” do que “animal dotado de razão”, ou animal racional.
O homem é um vivente com palavra. E isto não significa que o homem tenha a palavra ou a linguagem como uma coisa, ou uma faculdade, ou uma ferramenta, mas que o homem é palavra, que o homem é enquanto palavra, que todo humano tem a ver como a palavra,se dá em palavra, está tecido de palavras, que o modo de viver próprio desse vivente, que é homem, se dá na palavra e com a palavra. J.L.Bondía

Nenhum comentário: