quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Navalha cortante - sueli aduan

Vem, Vem. Não devagar,
como à noite, lentamente, no fim do dia

como à lua, apagando o brilho do sol
Vem com força
cobra traiçoeira rastejando pelo mato,
gata gritando no cio,
tigre no pulo da presa.
Navalha cortante
cravada em minhas costas
Vem sem mentir
Vem sem fantasia
Que eu espero pronta.
Feito um rio de lavas
Feito um índio em guerra
Feito um titã
Navalha cortante
Cravada em tuas costas.

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