Cheguei ao limite de minhas capacidades intelectuais. Percebo que poderei perdê-las a qualquer momento. Além disso, perdi muita gente querida, amigos e parentes. Eu, que tive uma atividade de reflexão, estudo e ensino, rodeado de pessoas que amava, me vejo cada vez mais solitário. Quando vivemos uma crise assim, a sabedoria vai embora e perdemos o rumo de nossas reflexões.
De que valeram os 31 livros que publiquei? O que sobra de tudo o que a gente aprendeu, num momento-limite? Saí à procura de um tipo de sabedoria que me ajudasse a suportar a velhice e compreendê-la com serenidade. Só encontro consolo quando recito baixinho, para mim mesmo, os poemas que sei de cor.
A repetição é uma forma arcaica de conhecimento, mas eficaz, quando se vive num momento de domínio da tecnologia e do consumismo.
É repetindo esses poemas que aprendo coisas importantes sobre mim próprio. (Harold Bloom)
Harold Bloom é professor titular de Ciências Humanas, na Universidade de Yale, e já ocupou cátedra na Universidade de Harvard. Escreveu mais de 25 livros, entre os quais Hamlet: Poema Ilimitado, Gênio, Como e Por Que Ler, Shakespeare: A Invenção do Humano, O Cânone Ocidental, publicados pela Objetiva, além de O Livro de J e A Ansiedade da Influência
De que valeram os 31 livros que publiquei? O que sobra de tudo o que a gente aprendeu, num momento-limite? Saí à procura de um tipo de sabedoria que me ajudasse a suportar a velhice e compreendê-la com serenidade. Só encontro consolo quando recito baixinho, para mim mesmo, os poemas que sei de cor.
A repetição é uma forma arcaica de conhecimento, mas eficaz, quando se vive num momento de domínio da tecnologia e do consumismo.
É repetindo esses poemas que aprendo coisas importantes sobre mim próprio. (Harold Bloom)
Harold Bloom é professor titular de Ciências Humanas, na Universidade de Yale, e já ocupou cátedra na Universidade de Harvard. Escreveu mais de 25 livros, entre os quais Hamlet: Poema Ilimitado, Gênio, Como e Por Que Ler, Shakespeare: A Invenção do Humano, O Cânone Ocidental, publicados pela Objetiva, além de O Livro de J e A Ansiedade da Influência
8 comentários:
"É repetindo esses poemas que aprendo coisas importantes sobre mim próprio. (Harold Bloom)
Beijo!
Lindo!!!, e verdadeiro.
bjs
poxa, q desabafo...isso é incomum...mas ele é um poeta q recita baixinho..Sueli, gostei muito do post
Isso prova que tudo que somos, tudo que fazemos, tudo que pensamos, é como uma relva. Que ao amanhecer é viçosa, ao meio dia, plena, mas ao entardecer já não tem mais aquela razão, beleza, alegria. Somente proclamando um ser eterno e permanente, podemos com ele ser constante. Quem será então esse ser eterno e poderoso? Sigamos a imitá-lo
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Mateus 24:8
Ah! eu tb gosto muito dele,é um poeta e tanto.
bjs Adriana,
obrigada.
Obrigada pela visita Luiz.
felicidades.
Qdo Bloom fala da "repetição como forma arcaica de conhecimento" penso que ele se refere aos poemas da antiguidade, como a Ilíada por exemplo, narativas rítmicas que não eram, ao menos inicialmente, formas escritas de conhecimento, mas sim formas que eram memorizadas à medida que se cantava seus versos.
A cultura grega se encontrou em crise qdo esta tradição oralmente memorizada foi substituída pelo sistema de aprendizagem platônico; ou, em outras palavras, qdo da consciência imaginativa como forma de apreender e conhecer o mundo, o homem grego passou p/a autoconsciência intelectual, c/o projeto da educação e da cidade ideal da República platônica.
É óbvio que o projeto platônico prevaleceu, somos prova disso.
Mas as palavras de Bloom nos revelam o que perdemos ao abandonar esta consciência imaginativa, rítmica, poética e adotamos esta outra forma pedagógica de conhecer e explicar o mundo.
Este processo não tem retorno, mas precisamos mesmo abandonar este outro modo de conhecer?
Creio que memorizar um poema, cantá-lo até que penatre a alma e raciocinar, refletir criticamente sobre o mundo ao nosso redor, não precisam ser atividades excludentes, podem ser atividades complementares.
Assim não abrimos mão do conhecimento científico, mas também não perdemos a poesia no saber!
Enfim, belo post, Sueli!
Muito belo mesmo.
Abraço.
obrigada por essas belas palavras,danapaulinelli, concordo e, muito com vc, como percebi que gosta de filosofia ( eu sou apaixonadíssima) se não leu leia na coletânea "Desejo" (Companhia das Letras)- o texto de Flavio Di Giorgi, bom do Bloom nem precisamos falar
bjs
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