domingo, 30 de maio de 2010

"Doces palavras"


 Por que sou escritor
 Santiago Ribeiro
Sentimentos florescendo dentro mim me levam a inútil tentativa de querer adocicar mais a minha vida. Palavras de amor solto sozinhas ao vento, há alguém que possa escutá-las? Provavelmente não! E com o decorrer dos dias tristes e cinzas não é possível perceber sequer um sussurro de amor... Talvez amar não seja a saída, talvez seja simplesmente como um óculos que melhora a nossa visão de vida. Crio romances justamente por não conseguir viver um de verdade, dessa forma as minhas histórias conseguem amenizar a minha solidão. A alma de um escritor é tão atribulada de emoções que é necessário anestesiá-los, e a minha fonte inesgotável de anestesia são as palavras, doces palavras, que tento colocar para fora do meu imprestável coração.
 Santiago Ribeiro
sorocabano
artista plástico e escritor

título no blog sueliaduan

4 comentários:

Santiago Ribeiro disse...

Todos somos escritores.Escrevemos os nossos sentimentos, nossas necessidades,nossas esperanças e nossas angustias, como se contasse a outros,o que gostaríamos de falar para alguém que se predispusesse a ouvir-nos.O que sai da mente, vai para o papel, exarando, nas entrelinhas a nossa cultura e conhecimento, que são expressados junto as emoções momentâneas.De bom alvitre seria, se todos esperassem passar os momentos de nervosismo ou de apatia para passar ao papel suas impressões, assim não afetariam entre contrastes, os destinatários ou leitores que procurassem o entendimento pela leitura rápida, interpretando com reles desprezo ou com fúria, as palavras impressas. O fluir sequencial das palavras, constroem as frases que constituem os bilhetes, as cartas, os tratados, os livros...junto vão os lixos mentais, as dores da alma, as crenças e tradições, vão também, sentimentos puros de amor, fraternidade e compreensão, que chegam ao destino, provocando as reações, que muita vez, não são as esperadas.

sueli aduan disse...

obrigada, Santiago.
Fico feliz em postar teus trabalhos.
bjus

Anônimo disse...

Sim, uma verdade: expomos o que nos aflige, nos atormenta. Mas ser escritor é diferente de expor sentimentos num diário, por exemplo...
Abraço,

sueli aduan disse...

Há vários definições,Rodrigo. Não basta só ser um apaixonado pela leitura,muito menos buscar uma musa ou momentos de inspiração ou ainda de decepções. Como disse Guimarães Rosa:- horas e horas aos domingos dedicadas ao estudo, à pesquisa ou ainda Lispector:- um trabalho de carpintaria.
E tb como, magistralmente, disse Rilke em Cartas à um jovem poeta": " sentir que não se pode viver um dia sem escrever, que a escrita é mais importante que todo o resto, e ainda assim é preciso mais"...
abs