by Imaginário Poético
Para a psicanálise, o sentimento de “maternidade” é uma construção cultural.
Maria Rita diz que muitos podem ficar surpresos com a afirmação, mas do ponto de vista da criança “mãe é quem se encarrega até as últimas conseqüências da sobrevivência dela”. Portanto, “mãe” pode ser o pai, a avó ou qualquer um que a tenha encontrado abandonada.
Do ponto de vista da psicanálise, é uma construção cultural. Aquele amor puro, que vem espontaneamente, mas isso é consciente. Claro que você vai observar o macaco, o gato, seres adaptados à natureza. Os humanos são desadaptados, entre a natureza e nós, sempre tem linguagem. Cabrito, assim que nasce, sabe procurar a teta da cabra. E o bebê humano tem de ser conduzido ao seio. Também não é instintivo que a primeira coisa que a mulher deve fazer é levar o filho ao seio. Ela pode ficar beijando, ou pode sentir um estranhamento, como muita mãe sofre. Mas sofre porque a cultura diz que ela tem de sentir imenso amor.
A maternidade é fonte de felicidade, mas não a única. Vivemos um momento interessante, ao mesmo tempo cruel, com o máximo de apelos para a mulher (o homem também) ir para o mundo. O destino não é mais ser “a rainha do lar”. Mas estamos numa sociedade 99 por cento privatizada. Isso tem reflexo tremendo na vida, porque os filhos só têm um lugar onde estejam bem cuidados, o lar. A escola, para ser mais ou menos segura, também tem de ser privada. O mundo se oferece, mas se recusa a partilhar os cuidados com os filhos. Não podem brincar na praça, atravessar a rua.
A modernidade nos tirou tantas coisas, não? Tirou o amparo das comunidades, a doçura do mundo, um monte de ilusões. Mas abriu uma gama de possibilidades, única, na história da humanidade. Se a gente souber o que fazer com isso…
Maria Rita Kehl,
doutora em Psicanálise pela PUC-SP
Pesquisa sueliaduan
9 comentários:
Querida Sueli...
Olá! Escolhi o seu blog para receber o Prêmio Dardos! Passa lá no meu blog e dá uma conferida. O selo já é seu!
Abraço com apreço!
http://extremamentetenue.blogspot.com/2010/05/premio-dardos.html
oooi.. lembra de mim? A Tina, lá do Ad Tempus... viu? eu ando demais sem tempo e queria saber se você poderia, assim que aquele último texto for escrito, postá-lo p. mim. Tudo bem?
beeijo. Obrigada
Ô Fabiana,
Agradeço, fico muitoooooooooo feliz!!!!
forte abraço.
Oi Tina,
Lembro sim, minha querida, pois é, somos todos muito ocupados.:o). Mas fica tranquila que normalmente quem termina a história é que edita (parece-me) ou derrepente se precisar eu edito, certo.
falouuuuuuu!!!
bjus
Muito bom.... ... mãe... mãe... mãe... o definição ampla não?
Bjs
É muito bom mesmo!Admiro o conhecimento profundo que ela tem das coisas!
bjs
oi, lembra-se de mim? 02:22 e eu procurando você. Já dormi e acordei a gora tô aqui procurando saber o que é ser mãe... Vem falar comigo!
Ô Lailin, impossível esquecer-me de uma amiga tão querida como vc.
Opa! Vamos conversar e quem sabe a gente,não diria conclua,mas, juntas,levanteremos algumas hipóteses do que é "ser mãe".:o)
Uma coisa é certa, "sermos uma pessoa inteira" e não só mães.
bjão. Otimo dia das mães juntos como nossos pimpolhos .rs
A psicóloga tem toda razão. Ao menos filosoficamente. Mas, ser mãe é mais do que proporcionar ao filho um lugar seguro, um lar carinhoso e uma vida tranquila. Ser mãe é mais do que simplesmente uma palavra... Ser mãe é a expressão mais pura do instinto, mesmo entre os animais adaptados à natureza, coisa que não somos. Ser mãe é mais do que simplesmente levar o filho ao seio. Ser mãe, ou pai, ou tia, ou avó é querer ser mãe. É amor. Sem explicação, sem filosofia...
Beijos Su
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